NOSSA HISTÓRIA

O surgimento da Revoar tem raízes no ano de 2018, quando parte da comunidade aeronáutica brasileira se mobilizou em torno da recuperação, em condições de funcionamento, do motor Pratt & Whitney R-2800-59 de 18 cilindros e 2.000hp de potência que equipa um dos exemplares do mítico caça Republic P-47D Thunderbolt, preservado no Museu Aeroespacial da Força Aérea Brasileira (FAB) no Campo dos Afonsos (RJ).

O trabalho foi um sucesso e permitiu que o motor fosse acionado em 22 de abril de 2019, data em que a FAB celebra o Dia da Aviação de Caça.

Se por um lado a aeronave não fez o tão aguardado voo, por se tratar de um exemplar raro, especialmente naquelas condições de preservação, o trabalho acabou por reunir um grupo de pessoas com o mesmo tipo de pensamento e ideal – o de resgatar, preservar e divulgar a aviação no Brasil.

Mas foi necessário o acontecimento de um fato trágico para colocar esse grupo em ação. 

Em janeiro de 2020, o Douglas C-47A, de matrícula PP-VBF, que ostentava as cores da antiga Varig e que estava preservado numa área no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, foi destruído pela falta de um tutor que pudesse mantê-lo. Além de ser um ícone da aviação civil e militar em todo o mundo, aquele avião tinha participado do esforço de guerra dos Aliados durante a 2ª Guerra Mundial, principalmente durante os desembarques do Dia D em junho de 1944. A destruição daquela aeronave era o elemento que faltava para desencadear o processo irreversível que culminou na criação da Revoar, fundada por parte desse grupo de entusiastas em 27 de julho de 2021.

Organizados e estruturados, as metas da Revoar foram estabelecidas para evitar que um patrimônio como o C-47A fosse novamente destruído:

• Localizar, resgatar, restaurar e colocar em condições de voo aeronaves que tiveram papel fundamental ou valor histórico indiscutível na história da aviação, civil ou militar;
• Resgatar, preservar e difundir a aviação, a sua história e a cultura aeronáutica para toda a sociedade.

Em 2022, a Revoar estabeleceu uma parceria com a Fundação Santos-Dumont para a trabalhar na restauração de três aeronaves que compõe o seu importante acervo.

O primeiro é o North American T-6D FAB 1930, um treinador avançado da época da 2ª Guerra Mundial que pertenceu à FAB. Este modelo de aeronave foi muito utilizado por vários esquadrões cumprindo as missões de treinamento e combate operacional. O lendário Coronel Braga, o piloto mais voado de T-6 do mundo, usou exatamente este exemplar, por anos, em demonstrações aéreas dentro e fora do Brasil na tão querida e aclamada Esquadrilha da Fumaça.

O segundo projeto é do treinador primário Fairchild PT-19 que leva a matrícula da aeronave (FAB 0508) em que um dos fundadores da Embraer, o Coronel Ozires Silva, fez o seu voo solo quando ainda era aluno na antiga Escola de Aeronáutica da FAB. Com parte da estrutura em metal e tela, vários exemplares foram produzidos sob licença pela Fábrica do Galeão.

Por fim, o terceiro projeto é do treinador básico, o biplano Muniz M-7 (PP-TEN), a primeira aeronave a ser construída em série no Brasil. Trata-se de um exemplar extremamente raro em todo o mundo, com apenas 28 unidades produzidas. Construído no início dos anos 1930, existem apenas dois sobreviventes no Brasil. O da Revoar é um deles.